“Yes, everything’s bigger ‘n Texas“!

Etapa 4 – Oklahoma City / Amarilho
(Oklahoma / Texas)
No 4º dia de viagem saímos de Oklahoma City para percorrer os restantes quilómetros do Estado de Oklahoma até chegar ao Estado do Texas…
A CRÓNICA DESTE PERCURSO ESTÁ NO ARTIGO ANTERIOR: “MISSOURI / KANZAS / OKLAHOMA”

Chegamos ao desejado Texas… a paisagem abriu numa planície imensa de retas sem fim, a pequena “farm” foi substituída pelo enorme “Ranch”, no Texas é tudo grande, tudo à grande!

Até a velhinha Route 66 tem aqui duas faixas para cada lado!!!
Uma das primeiras cidades por que passamos foi Shamrock onde está localizado o “Conoco Tower Station and U-Drop Inn Café”, um posto de gasolina e café construído em 1936 com ares “art déco”!
Até hoje em funcionamento a sua “Tower Station” foi uma das inspirações para o filme Carros onde aparece como a “Ramones garage”


As suas duas torres alargadas com detalhes geométricos, paredes de azulejos de cerâmica esmaltada e detalhes em luz de néon não deixam ninguém indiferente na passagem. O U-Drop Inn já foi “o mais chique dos restaurantes chiques” da Route 66, já entrou em decadência quando em 1985 a Route foi “substituída” pela interestadual, tendo inclusivamente fechado no final dos anos 90. Mas em 2003, o U-Drop Inn ganhou uma segunda “vida”, foi restaurado e agora inclui um centro de visitantes e a Câmara de Comércio de Shamrock.
Seguimos viagem até Groom. É aqui se se encontra a famosa torre d’água inclinada de Britten cuja construção foi proposital para chamar a atenção e atrair os visitantes para o restaurante da família Britten. Atualmente não funciona mas tornou-se local obrigatório de pagaram para a foto!

E foi já perto do nosso destino final da etapa do dia que fizemos um desvio para a nossa primeira sidetrip: Palo Duro Canyon.
A menos de 50 quilómetros (melhor… a menos de 30 milhas!) de Amarillo o segundo maior canyon dos Estados Unidos: não podíamos desperdiçar a oportunidade!
E apesar de já estar programada a passagem pelo famoso Grand Canyon tínhamos a noção de que iriamos encontrar algo diferente uma vez que possui estradas asfaltadas que nos conduzem pelas suas “entranhas” até a base e, assim permitem uma experiência mais imersiva.
E, lá chegados, de facto não desiludiu!


Depois de passearmos pelas estradas e termos uma visão mais global das suas 120 milhas de comprimento, 20 milhas de largura e até 800 pés de profundidade, paramos o carro e fomos fazer uma das muitas trilhas pedestres que por lá podem ser feitas e que permitem interagir com a natureza, e não apenas observá-la como acontece no Grand Canyon… ou seja, ao invés de competirem entre si, o Grand Canyon e Palo Duro Canyon completam-se, oferecendo, cada um, uma experiência própria e única.
As paredes, de pedra multicoloridas, contam a história de 250 milhões de anos em quatro camadas geológicas distintas e são aqui e ali cobertas por flores silvestres e catos.
Por lá vive também alguma vida selvagem: cobras (algumas venenosas), lagartos, perus selvagens, coiotes, roadrunners, linces, veados e vários tipos de pássaros, incluindo pica-paus.
Além de encontros inesperados com algumas dessas espécies mais perigosas, há placas nos trilhas que alertam para os perigos do calor e pedem a todos que se façam acompanhar de água, chapéus de sol e protetor solar. Há inclusive termómetros no parque para manter os visitantes informados sobre a possibilidade de insolação.
A nossa visita foi, no entanto, tranquila… em outubro já não se faz sentir um calor extremo e não tivemos qualquer vislumbre de qualquer espécie animal mais perigosa.
De regresso a Amarillo impunha-se a passagem por um dos mais importantes ícones da Mother Road, o Cadillac Ranch!


Criado em 1974 por Chip Lord, Hudson Marquez e Doug Michels, membros do grupo de arte “Ant Farm”, vimo-nos diante de uma “escultura” constituída de dez modelos de automóveis da marca Cadillac que representam a evolução do automóvel desde 1949 até 1963 ao mesmo tempo que retrata “o sonho americano de uma viagem de Cadillac, com uma loira, até as praias da Califórnia”.
Inicialmente, os automóveis tinham a sua cor original mas com o passar do tempo, os visitantes começam a grafitá-los, não passando agora despercebidos tal é o espetáculo de cor.
Outra particularidade é a forma como estão dispostos, numa imensa planície do Texas, semi-enterrados, com os seus faróis dianteiros a apontar para os céus, em fila “perfeita” formando um cenário pitoresco e muito curioso!
Apesar de estarem em propriedade privada, a sua proximidade com a estrada da estrada “convida” a saltar a vedação e percorrer o caminho de terra até lá…
Como tinha chovido, o caminho era um autêntico lamaçal e em volta dos carros tinha-se formado uma verdadeira piscina! Mesmo assim não faltavam turistas a arregaçar as calças e descalçar os sapatos para de aventurar até perto dos mesmos com o objetivo de por lá deixar a sua marca em forma de graffiti.
Como tínhamos o drone, pudemos “dispensar” essa parte e sobrevoar a zona de longe vendo todos os pormenores e todos os ângulos de forma privilegiada!
O dia tinha que acabar no mítico “Big Texan Steak Ranch”, famoso pelo seu “72 once steak at no charge”, se comido em apenas 1 hora, claro!!!!



Este restaurante em Amarillo, situado na Interstate 40 tornou-se popular para texanos, celebridades e turistas devido à sua longa história e ao desafio do bife 72 oc. O desafio chamado de “The Texas King”, exige que alguém esteja disposto a comer um bife de 72 onças, batata assada, coquetel de camarão, pão com manteiga e salada em menos de uma hora!
Aqueles que concluem a tarefa recebem a refeição de graça e são adicionados à lista dos que concluíram o desafio. Dos aproximadamente 59.000 participantes ao longo dos anos, apenas 9.500 pessoas foram capazes de concluí-lo. O recorde pertence a Molly Schuyler, que terminou o desafio em quatro minutos e 18 segundos. Caso falhe, o custo da refeição é de 72USD.

Não nos pusemos à prova, mas o que comemos esta divinal! Há muitos lugares pela Texas onde se pode comer um bom bife. No entanto, nada se compara ao The Big Texan Steak Ranch. E, a relação qualidade/preço até que nos deixou surpreendidos!
A noite foi passada em Amarillo, uma das cidades que que nos fazem “sentir o gostinho” de estar no velho oeste, entre historias de cowboys e saloons!


O hotel escolhido foi o Baymont by Wyndham Amarillo East.
Mais um hotel simples de “beira de estrada”, limpo e confortável, sem luxos mas que nos proporcionou uma noite descansada para seguir viagem!
Etapa 5 – Amarilho / Santa Fé
(Texas / New México)
No dia seguinte ainda percorremos vários quilómetros no Texas, deixando-nos envolver pelas suas planícies de perder de vista, “plantadas” de wind mills e muitas vacas!


E, claro, fizemos a paragem obrigatória em Adrian, no “midpoint”! Tínhamos chegamos a meio do caminho entre Chicago e Santa Monica, em LA.
Entre a nostalgia do que já passamos e as expectativas do que estaria para vir, a sensação de metade estar feita deixava-nos um sentimento de gratidão pela viagem que estávamos a fazer!

Ali além da marca pintada no asfalto, situa-se o café Midpoint , inaugurado em 1926 e que até hoje permanece em atividade e, consta-se, ter sido na sua dona e em duas “garçonetes” que se inspiraram algumas personagens do filme “Carros” como a “Salt, namorada de Mcqueen.
Do percurso no Novo México falaremos no próximo artigo…
ROUTE 66

Todos os textos são da autoria de Olga Samões e todas as fotografias deste blog são da autoria de José Carlos Lacerda, exceto onde devidamente identificado. Proibida a reprodução de quaisquer textos e/ou imagens sem autorização prévia dos autores
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