Route 66 no Arizona

Arizona

Foram várias as etapas pelo Estado do Arizona…

Na etapa 6 partimos de Santa Fé e fizemos o restantes percurso pelo Estado de New México até chegarmos ao Arizona… está tudo no artigo anterior!

ROUTE 66

Etapa 6 – Santa Fé / Holbrook (2ª parte)

(New México / Arizona)

Aqui perdemos as montanhas escarpadas, os penhascos dos filmes de índios e cowboys mas ganhamos uma hora (novo fuso horário) e um deserto… e que deserto !!!! Um colorido difícil de imaginar e difícil de descrever! Painted Desert, o seu nome, diz tudo…mais um sítio maravilhoso que esta viagem nos proporcionou!

Perdemo-nos pelos seus recantos, fazendo a estrada entre o “Pintado Point”, “Kachina Point”, “Newspaper Rock”, “Tepees Rock”, “Jasper Forest” e “Crystal Forest” parando a cada canto, ora em tons de vermelhos, laranjas e ocres, ora refletindo azuis, verdes e lilás e aventurando-nos pelas suas trilhas que nos envolveram nas suas cores garridas que tão caprichosamente a natureza por ali pintou.

Quando os sedimentos são depositados lentamente concentram-se no solo óxidos de ferro e de alumínio e assim se criam os tons vermelho, laranja e rosa. Quando a acumulação é feita de forma rápida o oxigênio é removido do solo e formam-se as camadas azul, cinza, e lavanda. Interessante, não é?

Este parque, que começa a norte de Cameron, perto da borda sudeste do Grand Canyon, estende-se em direção a norte por cerca de 250 km… A parte que visitamos é aquela que faz parte do Petrified Forest National Park

Aqui além das montanhas coloridas também é possível visitar, no outro extremo, o local onde onde há alguns milhões de anos existia uma floresta repleta de rios, matas e árvores faziam desta área uma exuberância total…

Hoje, tudo mudou e o que se vê ao chegar é uma desolação total, apenas deserto, apenas aridez!

Mas, por um capricho da natureza, nem todas as árvores desapareceram… como testemunho do passado, muitas delas ainda lá estão, quase irreconhecíveis, transformadas em fósseis, petrificadas!  Um processo natural e raro agora preservado para as gerações futuras neste parque protegido.

A caminho de Holbook, onde iriamos pernoitar , o final do dia brindou-nos com este por do sol… só visto!

Em Holbrook ficamos num hotel simples mas muito confortável: o Baymont Inn & Suites by Wyndham Holbrook

Etapa 7 – Holbrook / SIDE TRIP: Monument Valley

(Arizona /Utah)

Saindo cedinho e pela fresca (9 graus ao sol !!!) poucas milhas seriam as percorridas neste dia pela Route 66… mas como este trecho da estrada é cheio de locais de interesse um planeamento rigoroso impunha-se para nos permitir usufruir do dia ao máximo.

Saídos de Holbrook, localidade desconhecida onde por questões “logísticas” pernoitamos rumamos à ainda menos conhecida cidade de Joseph! E porque Joseph?

Quando a Route 66 chegou esta era apenas uma pacata cidade com menos de mil habitantes mas com a estrada e o consequente aumento do tráfego que a atravessada, novas oportunidades “espreitaram” os seus habitantes. Foi durante esse período que James Taylor construiu o Jackrabbit Trading Post…

Começou por comprar um barraco, renová-lo pintando-o com 30 pequenos coelhos ao longo do teto e um grande ao lado do prédio ao que acrescentou um outro, de três metros de altura, com olhos amarelos, mesmo ao lado da porta, para dar as boas-vindas aos muitos turistas que passavam por ali… impossível não reparar!

Mas possuir um Trading Post naqueles dias não era o suficiente pois tal atividade proliferava e muita era a concorrência…Taylor tinha que fazer algo mais. E algo mais que ele fez!

Ao longo da Route 66 foi espalhando cartazes com coelhos, seduzindo os viajantes a parar no Jackrabbit… Depois de tantas milhas anunciando algo cada vez mais intrigante e enigmático, os viajantes não poderiam perder a enorme placa amarela que simplesmente dizia “Here It Is”, com o seu famoso ícone jackrabbit. Uma técnica comercial invejável e que se tornou um ícone da estrada.

Outra paragem obrigatória foi feita no cruzamento imortalizado pelos Eagles na sua música “Take It Easy” cuja letra, “Standing on the corner of Winslow” colocou esta pequena localidade no mapa.

E, ainda antes do desvio para a segunda side trip, desta vez mais longínqua, rumo ao norte, que nos levaria até Monument Valley, visitámos a maior cratera feita por um meteorito.

Formada há aproximadamente 50 mil anos por um meteorito de aproximadamente 50 metros a 40 mil km/h que com a força de uma bomba de hidrogénio atingiu a terra a cerca de 70.000 km/h deixando uma cratera de com mais de um quilómetro de diâmetro e 200 metros de profundidade.

O dia ficou marcado pelo desvio em que adicionamos um estado “extra”, Utah, ao nosso percurso e nos fez viajar pelas terras dos índios Navajo. Mas isso fica para o próximo artigo dedicado a Monumenet Valley…

SIDE TRIP: Monument Valley

ROUTE 66

Sem regressar á ROUTE 66 fizemos mais outra side trip: fomos até ao Grand Canyon!

SIDE TRIP: Grand Canyon

ROUTE 66

Etapa 8 – SIDE TRIP: Grand Canyon / Laughin

(Arizona / Nevada)

Após as “side trips” a Monument Valley e ao Grand Canyon, regressamos á Route 66 que nos esperava de braços abertos com os seus já habituais carros antigos, bombas de gasolina vintage desativadas, cidades fantasma e neons a anunciar os inúmeros motéis!

Já tínhamos saudades…

Acima de tudo porque percorrer a Route 66 é, além de uma aventura marcante, um exercício de paciência e investigação: ás vezes a estrada simplesmente “desaparece”, absorvida sem deixar traços… ou porque a vegetação simplesmente fez desaparecer qualquer vestígio da estrada, ou porque foi sobreposta pelo asfalto das modernas “highways” com seis ou oito faixas de rodagem, ou ainda porque foi incorporadora por cidades que cresceram à sua volta.

Mesmo assim o que dela restou é suficiente para atrair centenas de viajantes dos Estados Unidos e de muitos outros países, que de carro ou mota vem até aqui só para a percorrer e mergulhar no fundo na cultura americana!

A primeira localidade que os recebeu “de volta” foi Williams, precisamente o último pedaço da Route 66 a ser atravessado pela Highway 40 em 1984 e que também é conhecida por ser a porta de entrada do Grand Canyon uma vez que é dali que saem os comboios que vão até lá. No nosso caso foi a porta de saída!

Seguiu-se Selligman uma pequena cidade que praticamente desapareceu após a passagem de Hwy 40 em 1978 mas juntou todas as forças para criar uma associação de preservação a rota.

A parecença entre a história desta localidade e a de Radiator Springs do filme Carros, não é mera coincidência… Esta foi uma das cidades que inspirou o enredo do filme!

E por lá encontramos uma das melhores lojas de recordações da Route 66: não podemos deixar de recomendar a “Mother Road Buck” ! Além da variedade e da simpatia marcou-nos com a honestidade com que trabalham: na verdade compramos algumas recordações por lá, entre elas uma caneca da Route 66 e no meio da confusão ficou “para trás”, esquecida no balcão. E não é que quando demos conta e regressamos para trás estava lá á nossa espera?

Fizemos ainda uma paragem em Peach Springs onde se situam as Grand Canyon Caverns, uma mistura de atração natural (é a maior caverna seca dos Estados Unidos) com um hotel! Verdade… além do tour guiado em que se visita a caverna podem-se hospedar a 70 metros de profundidade!

Fizemos só a tour… e por lá ficamos a saber que nesta região foram encontrados no passado diversos esqueletos de dinossauros, o que talvez tenha inspirado a decoração incomum colocada bem em frente à entrada das cavernas.

Começamos por descer por um elevador inaugurado em 1962 para as profundezas das cavernas e chegamos à “Sala de Cristal” com formações conhecidas como “bolas de neve” ou “couve-flor”, passando depois para o “Santuário da Eternidade” composto por cavidades secas há milhares de anos onde a “cúpula da catedral” com 90 metros de altura é impressionante.

Como curiosidade pudemos ver um ramo de uma noite que por cá casou em 2020 e cujas flores estão em perfeito estado de conservação devido de tal forma seco e fresco é o local!

A “Sala do Mistério” é onde o ar entra e sai da caverna… Em 1958 foram lançadas bombas de fumo e descobriu-se que o ar vem de uma distância de 40 milhas (64km), desde próximo das quedas de “Havasu” no Grand Canyon. É também aqui se diz ver por vezes “espíritos” a vaguear… coincidência (ou não), vejam o que captamos na 3ª fotografia, em cima !!!!!

E, após uma incursão entre curvas e contracurvas pelas “Black Mountains”, eis que a nossa querida estrada nos presenteou com mais uma “pérola”: Oatman, um exemplo perfeito de uma cidade peculiar onde ainda se respira a atmosfera do velho oeste.

Oatman, quase na fronteira com a Califórnia, tinha tudo para se transformar em mais uma cidade fantasma mas foi salva pela Route 66.

Lá, fomos recebidos pelos seus mais famosos habitantes que deambulam livremente pela rua: os burros, que se aproximaram sem receios do carro… Que susto quando um decidiu meter a sua cabeça pela minha janela! A antiga vila de mineiros gaba-se precisamente disto… de ter mais burros do que habitantes!

Curiosidade: Os burros selvagens que habitam Oatman serviram de inspiração para os tratores do filme carros.

Apesar da hora tardia que por lá passamos ainda deu para apreciar os seus edifícios de madeira e saloons…a Route 66 sempre a surpreender !!!

O centro é bastante pequeno mas se lá passarem na temporada alta podem assistir a encenações diárias com show de “bang-bangs” às 12:00 e às 14:30.

Mas de novo a abandonamos, rumo a mais uma side trip “inevitável”…Las Vegas!

A caminho da “cidade do pecado” pernoitamos em Laughin, já no estado de Nevada… uma cidade também ela dedicada ao jogo… um pequeno “aperitivo” do que está para vir!

Pouco conhecida dos turistas, a cidade de Laughlin é o destino ideal para relaxar no meio do caminho. Recheada de hotéis de luxo, casinos e resorts, a cidade é uma alternativa à famosa Las Vegas.

Os hotéis aqui são “assustadoramente” baratos… o objetivo é obvio: incentivar o uso dos casinos.

Escolhemos o Tropicana (o verde da imagem!) onde uma noite ficou por……. 22€!

Para ficaram a saber tudo sobre “a verdadeira” cidade do pecado… vejam o nosso artigo:

Foi também o “adeus” ao Estado do Arizona uma vez que no regresso à ROUTE 66 já entramos no último estado desta estrada, a Califórnia.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é foto-olga-e-ze.jpg

Todos os textos são da autoria de Olga Samões e todas as fotografias deste blog são da autoria de José Carlos Lacerda, exceto onde devidamente identificado. Proibida a reprodução de quaisquer textos e/ou imagens sem autorização prévia dos autores

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