New México, os “pueblos” da Route 66

Etapa 5 – Amarilho / Santa Fé
(Texas / New México)
Na etapa que saímos de Amarilho, passamos o “midpoint” e saímos do Texas, outro estado, New Mexico, aguardava-nos e fez-nos entrar numa nova fase da Route 66! A hora mudou, mudámos de paisagem, mudamos de gente…

Para mais pormenores desta etapa até á entrada no Novo México podem ler o artigo anterior ““Yes, everything’s bigger ‘n Texas“!
ROUTE 66
São 640 Km de estrada com uma mistura muito interessante entre pequenas e grande cidades, referências históricas e culturais indígenas, espanholas e mexicanas e de paisagens que vão de montanhas aos desertos coloridos.


Tucumcari é a porta de visita deste estado com o famoso corredor de letreiros em neon anunciando inúmeros motéis. Foi uma pena não termos aqui passado de noite!
Mas fica a dica!!! Se coincidir com o fim de uma etapa vossa não deixem de pernoitar no hotel histórico mais famoso: The Blue Swallow Motel – o aspeto exterior deste motel construído em 1939 é fabuloso e as reviews muito boas…

Continuando a viagem pela Mother Road ao passar por Cuervo tentem encontrar aquele que é possivelmente a mais pequena estacão dos correios dos EUA , dentro de uma casinha móvel… nós não encontramos!
Já em Santa Rosa o Route 66 Auto Museum (2436 Historic Rte 66) é facilmente identificado graças ao enorme carro amarelo que fica na sua entrada! Automóveis e moto, bombas de gasolinas históricas e outros itens clássicos da rota pode por cá ser visitados.



Entretanto, a altitude começou a subir e entre montanhas e vales, chegamos à capital do Estado, Santa Fé.

A quase 2 mil metros de altitude, rodeada pelas “Montanhas Rochosas” a cidade está repleta de influências indígenas e espanholas.
É uma cidade “diferente” com os seus edifícios cor de terra, como se de lama fossem feitos. A sua arquitetura foi definida há mais de um século para preservar o estilo dos pueblos e a expansão e crescimento urbanos foram limitados por um plano urbanístico pioneiro.



Visitamos a sua praça histórica, onde começou a colonização espanhola e que tem à sua frente o Palácio dos Governadores, que hoje em dia é um museu e muitas lojinhas de souvenirs, além de cafés e restaurantes.
Ali perto a imponente Catedral de San Francisco de Assis, um dos edifícios mais bonitos da cidade e a alguns quarteirões, a Canyon Road, rua das galerias de arte, fizeram-nos as delicias de um passeio ao fim da tarde.


Ainda na região da Plaza, vale visitar o IAIA Museum of Contemporary Arts, o único museu dos EUA focado em arte indígena contemporânea – há exposições de tribos de diversos cantos do mundo.


Mas o que mais nos impressionou foi que em Santa Fé os seus habitantes têm feições mexicanas, o espanhol é falado por todo o lado… parecia que estamos noutro país! A diversidade cultural no seu máximo apogeu!
O nosso hotel em Santa Fé, não era na zona central da cidade pois aí era difícil arranjar hotel com aparcamento para o carro… no entanto, tinha uma transfer gratuito de meia em meia hora que levava e trazia os hospedes para a praça central, pelo que se mostrou ser uma ótima opção.
A viagem desde Amarillo foi bastante cansativa, mais de 450 quilómetros percorridos a somar aos muitos para trás já feitos… Tínhamos intenção de chegar cedo a Santa Fé e explorar melhor a cidade e as suas redondezas mas a verdade é que nesse dia não conseguimos “madrugar” e os planos foram “por água a baixo”!
Também é isto viajar… por vezes há que “desacelerar” até para poder aproveitar o que ainda tínhamos pela frente, e era muito!
Vamos, no entanto, deixar aqui algumas informações sobre o que podem fazer caso tenham mais tempo para disfrutar desta zona que muito tem para oferecer para além do centro histórico:
- Pecos National Historical Park: Este sitio arqueológico preserva as ruínas do Pecos Pueblo, um povoado indígena e o local da batalha Glorieta Pass (durante a guerra civil norte americana).
- Kasha-Katue Tent Rocks National Monumento: Para quem gosta de montanhas com formatos bizarros e paisagens desérticas!
Etapa 6 – Santa Fé / Holbrook (1ª parte)
(New México / Arisona)
Com ainda bastantes quilómetros para percorrer em New México, desistimos rápido de visitar as terras protegidas onde vivem comunidades de nativos americanos ao sermos “perseguidos” e “enxotados” por um polícia índio, com cara de mexicano.

A verdade é que ainda passamos por pequenas aldeias onde ainda se podem encontrar verdadeiros índios americanos com nomes como “Touro Sentado”, “Nuvem Vermelha” e “Cavalo Louco”, simbolizando características físicas ou de personalidade em perfeita harmonia com nomes de animais e aspetos da natureza! Mas todas elas estavam devidamente sinalizadas como “áreas protegidas” onde filmar, fotografar e por vezes mesmo parar é estritamente proibido…
Começou por ser uma desilusão todas estas restrições pois há sempre a vontade de poder “mostrar ao mundo” estes locais e culturas tão incríveis! No entanto, quase de imediato a sensação passou a ser de gratidão… podermos por lá passar era para nós mais do que suficiente uma vez que acima de tudo valorizamos a vivência destas experiências sendo secundária a obtenção de registos delas…
Infelizmente não é este o pensamento de muitos turistas que tratam estes povos como se de “animais de zoológico” se tratassem e devassam a sua vida privada.
Foi também por estas andanças que tivemos as nossas primeira experiências de “dead end”!



Por estas bandas a Route 66 além de bastante degradada não tem muitas vezes ligação entre os vários troços e obriga-nos a andar pela interstate.
E foi pela interstate que acabamos por chegar a Albuquerque, a segunda maior cidade do estado, e cuja Central Avenue, carregada de painéis e placas vintages nos fazem de novo entrar no “mood” da Route 66
Albuquerque é conhecida por ser um dos melhores lugares dos Estados Unidos para fazer um passeio de balão que a geografia local proporciona vistas especiais do deserto. E ainda por cima passamos por lá no dia em que se realizava o coloridíssimo Baloon Fiesta, um festival que celebra o balonismo enchendo o céu de cores.
Ainda nos passou pela cabeça participar… mas para além dos preços pouco apetecíveis, os balões levantam antes do nascer do sol o que faria cm que tivéssemos que ir pernoitar a Albuquerque, o que era impossível em termos de logística dos quilómetros da etapa. Assim desistimos dessa ideia mas ainda tínhamos esperança de os ver pelos ares! Só que não… as incursões pelas terras indígenas e os sucessivos “dead end” atrasaram a chegada a Albuquerque

Seguindo viagem, passamos o Continental Divide, onde “se separam as águas”, as que caem a Este correm para o golfo do México e dai para o Atlântico e as que caem a Oeste seguem para o oceano pacifico.
Gallup fica cerca de meia hora da fronteira do Arizona , o penúltimo estado da Rota 66 e por lá aguarda-nos um mundo de surpresas! Na cidade de Gallup visitamos o divertido Richardson’s Trading Post uma mistura de loja de penhores com loja de artesanato indígena

E a antiga estação de comboios de Santa Fé que atualmente abriga o Centro Cultural de Gallup (se estiverem por cá nas noites de verão têm danças típicas gratuitas!)
Nas imediações podem ainda visitar o Red Rock Park – famoso por suas formações rochosas diferentes como a Pyramid Rock (pedra pirâmide, uma trilha linda de 4,8Km te proporciona vistas incríveis da rocha e da região) e a Church Rock (trilha de 3,6 Km com vistas das espirais formadas pela rocha).
E entramos no estado do Arizona!
A 6ª etapa ainda não tinha terminado e reservava ainda locais incríveis! Por isso, não percam o próximo artigo sobre o percurso no Estado do Arizona…
ROUTE 66

Todos os textos são da autoria de Olga Samões e todas as fotografias deste blog são da autoria de José Carlos Lacerda, exceto onde devidamente identificado. Proibida a reprodução de quaisquer textos e/ou imagens sem autorização prévia dos autores
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